segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Natal vem vindo, vem vindo o Natal


Chega a época do Natal, as pessoas ajudam mais uns aos outros, doam mais, se preocupam mais em estar com a família, sendo que passaram o ano inteiro, sem fazer nada disso. Acho que o verdadeiro espírito de Natal é quando você faz isso o ano inteiro e não só no final de ano como acontece hoje em dia, porque só assim seremos pessoas melhores e viveremos em um mundo melhor, mais solidário, justo e honesto, mas para isso acontecer cada um tem que fazer a sua parte, não basta só eu fazer a minha. Afinal não podemos cobrar do outro, uma atitude que não tomamos, e sejamos sinceros, quer coisa melhor que reunir a família e ficar relembrando nossa infância, adolescência ou qualquer coisa engraçada que já tenha acontecido? Não tem coisa melhor que isso. A família está sempre conosco, amigos, marido, esposa vêm e vão, mas a família não é sempre a mesma e você sempre pode contar com ela em todos os momentos da sua vida, tanto nos alegres quanto nos tristes, e o amanhã é tão imprevisível, pra gente desperdiçar esses pequenos momentos que nos fazem tão felizes, que não vale a pena. Vale mais a pena sermos mais felizes que sozinhos. E vai dizer que não te satisfaz ajudar uma pessoa que realmente precisa de ajuda e depois ver um sorriso estampado no rosto em agradecimento. E todo dia tem gente precisando de ajuda não só no Natal, e nós que somos mais favorecidos porque não ajudar os que são menos? Então nossa próxima promessa de Ano-novo, não vai ser emagrecer ou coisas do gênero. Vai ser ajudar mais ao próximo e ficar mais com a família. Combinado. Eu faço a minha parte e você faz a sua.E que 2013 venha cheio de esperança e expectativa para todos nós.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Deficiência


Quanto tempo vocês devem estar se perguntando, eu também fiquei. Acreditem. Mas tanta coisa aconteceu de Julho pra cá, eu mudei de casa, fiquei sem internet ( na verdade estou usando um web modem, por enquanto, então minha freqüência aqui ainda não será tão assídua quanto eu quero) comecei a fazer exercícios de fortalecimento com uma personal trainer para ganhar mais força, então estou com a semana cheia de atividades, e minha vida pessoal passou por grandes reviravoltas, e diante de tantas mudanças 2013 será mais um ano de transformações mas enquanto ele não chega vou falar aqui de um tema que está cada vez mais presente na minha vida: a Deficiência. E o que significa ser Deficiente para mim Érica Gregorio, jornalista, 31 anos,  para mim é ser uma pessoa normal mas com suas limitações porque eu me sinto uma pessoa normal, eu faço tudo que todo mundo faz, tomo banho sozinha, me visto sozinha, vou ao banheiro sozinha, como sozinha, durmo sozinha, vou ao shopping, saio com as amigas, as vezes preciso de uma ajuda ou outra mas quem não precisa? É como uma fisioterapeuta da clínica onde eu vou me falou uma vez, ela tem uma filha de 2 anos que estava aprendendo a virar cambalhotas e ela tem escoliose na coluna e não conseguia fazer o mesmo com a filha e a maior frustração dela era quando a filha chamava ela para virar cambalhotas e ela não podia/ conseguia, então ela me disse, não é só você que tem as suas limitações todo mundo tem, uns tem mais que os outros, mas todo mundo tem, e cada um tem que saber conviver com a sua.E é bem isso mesmo, se você olhar para o lado você vai ver que é verdade. E é assim que eu me sinto uma pessoa normal com algumas limitações e a cada dia que passa eu aprendo a lidar melhor com elas.

terça-feira, 24 de julho de 2012

MISSÃO CUMPRIDA


Em primeiro lugar, me desculpem o abandono aqui, mas como todos sabem eu estive internada, mais uma vez, no Centro de Reabilitação Lucy Montoro, em São Paulo, e tive que me afastar por um tempo. E não é fácil voltar à rotina depois de 45 dias fora dela, ainda mais quando voltei minha casa que  estava, bom na verdade ainda está uma bagunça porque nós estamos num processo de mudança, nós vendemos nossa casa e compramos um apartamento em um prédio novo, só que ainda não saiu o Habite-se. Conclusão: não podemos mudar. E no meio disso tudo metade das nossas coisas estão encaixotadas e metade não, porque a gente tem prazo pra entregar a casa, inclusive estamos pagando multa. Então, assim que sair o tal Habite-se a gente quer sair daqui, e quanto mais pronta a mudançaestiver melhor. E no meio disso tudo eu ainda tive que voltar à minha rotina de terapias, isso pelo menos está tudo certo. Em relação ao Lucy Montoro, tive muitas conquistas e progressos, foi um período bem produtivo, tive o desafio de elaborar um jornal interno, elaborei a parte edidoreial. A arte ficou por conta do meu noivo Mauro Pavani , que é publicitário, e é mais gabaritado que eu para fazer esse tipo de trabalho,como um trabalho laboral (vou publicar uma imagem dele aqui para vocês conhecerem),também melhorei muito meu andar, agora consigo andar longas distâncias, melhorei o movimento do meu braço, e agora é continuar o pique para manter minhas conquistas. E como eu havia prometido. Agora vou colocar as dicas de livros e filmes que li e vi nesse período.

Eu acabei de ler dois livros interessantíssimos:
Um deles chama PARA SEMPRE, de Kim e Krickitt Carpenter, um casal que sofre um acidente de carro e a mulher sofre uma lesão cerebral, e perde a memória justamente do seu casamento, mas o marido não se intimida fica ao seu lado durante toda a recuperação e faz tudo para reconquistá-la. É um livro que fala de amor, mas principalmente de dedicação e comprometimento.
O segundo chama PULMÃO DE AÇO, de Eliana Zagui, ela teve paralisia infantil  aos de idade, na década de 1970, e desde então mora no Hospital das Clínicas, onde conquistou muitas coisas, foi alfabetizada até o ensino médio, consegue escrever com a boca, uma vez que, ela não movimenta nada do pescoço para baixo, ela inclusive faz parte da Associação dos Pintores com a boca e pés com sede na Suíça. Eliana escreveu o livro todo com uma adaptação para digitar no computador com a boca. É uma verdadeira lição de vida. Todo mundo tem muito que aprender com as experiências dela.
Também assisti dois filmes muito bons
Um deles é RAY que conta a história do cantor Ray Charles, que além de ser negro era cego e mesmo assim conseguiu vencer muitos preconceitos, enriqueceu, ajudou sua família e muita gente ao redor do mundo.
O outro é ÁGUA PARA ELEFANTES, que além de falar do amor entre o homem e uma mulher, fala do amor entre os animais e os humanos, sem falar que as imagens são um show à parte, são lindíssimas.
E para finalizar, eu tive uma grata surpresa esses dias, recebi um e-mail de uma garota  de 16 anos que teve uma tia que sofreu AVC e por um acaso ela achou meu blog, leu, gostou, mas tinha algumas dúvidas quanto ao acidente da tia dela e resolveu me escrever um e-mail. Eu fiquei muito feliz. Foi uma resposta, que a missão do meu blog está sendo cumprida, além de eu dar notícias aos meus amigos e familiares distantes, eu estou ajudando outras pessoas com o mesmo problema que o meu. Esse sempre foi meu objetivo desde o início.





quinta-feira, 17 de maio de 2012

TRANSFORMAÇÃO


Amanhã completa dois  anos que eu sofri um AVC. E nesses dois anos, eu aprendi muitas coisas importantes: aprendi a respirar de novo, a comer, a beber água, a sentar, a tomar banho, a me vestir, a segurar o xixi para não fazer na calça, a andar... e todo dia eu aprendo uma coisa nova e me supero em outra, e acho que com todos nós acontece isso, mas muitas vezes não nos damos conta. E sigo todo dia subindo um degrau por vez, sem pressa.E sei que é assim que vou me recuperar totalmente, como estou me recuperando. Hoje, eu ando, tomo banho sozinha, vou ao banheiro sozinha,me visto sozinha, durmo sozinha, até já sai com as minhas amigas sozinha, e faço quase tudo do dia-a-dia sozinha, preciso de pouquíssima ajuda, e sábado,19, estou indo me internar novamente no Centro de Reabilitação Lucy Montoro, para ganhar mais movimentos no meu braço e assim ganhar mais independência e autonomia.E ai ninguém me segura! Se com o braço direito eu já faço um monte de coisas sozinha imagina com os dois!

terça-feira, 24 de abril de 2012

CHEIRO DE MUDANÇA NO AR


Dia 19 de maio fazem 2 anos q eu sofri o AVC e como é bem provável q eu estarei internada novamente no Centro de Reabilitação Lucy Montoro, como muitos já sabem eu só estou aguardando o chamado deles para essa nova internação, e a expectativa é q saia em maio mesmo, então, já estou me antecipando, e como também não gosto de manter tudo sempre do mesmo jeito, esse meu espaço já estava precisando de uma reformulada, e com a ajuda do meu noivo, que é publicitário, eu mudei a cara do layout do blog, p ficar mais clean e mais fácil de ler, o texto vou continuar escrevendo sobre esse meu momento de superação mas vou acrescentar também algumas dicas de filmes e livros que li ou vi,p ficar mais dinâmico e atual.Quanto a essa nova internação, será para eu ganhar mais movimento no braço, e também mais autonomia nas tarefas manuais, só q agora, de pé, vai ser bem importante, vou ficar internada 45 dias novamente.E como muitos dizem, se da 1 vez eu sai andando, agora vou sair de lá correndo!

segunda-feira, 26 de março de 2012

ANTES E DEPOIS

É incrível, mas minha vida mudou da água para o vinho depois do acidente, antes eu me irritava fácil vivia estressada, não via prazer nas coisas simples da vida, e agora tudo mudou, beber água para mim já é uma maravilha; só p explicar, quando eu estava internada eu não conseguia beber água, então, eu “bebia” água por uma sonda nasal, porque eu não conseguia beber água, o músculo da minha garganta que segura os alimentos estava muito fraco, então eu podia bronco aspirar (o risco dessa água ir para o pulmão; o que conseqüentemente iria virar uma pneumonia)era muito fácil.Mas as vezes eu sentia sede porque a água não passava pela minha boca, então, minha mãe ou minha tia molhavam uma gaze e passavam na minha boca para diminuir essa sensação, depois eu comecei a beber água com espessaste, que é um pó que engrossa o líquido, assim o risco de eu engasgar era bem menor. Depois, eu comecei a tomar água de colher, para só depois conseguir dar um gole de água. E é por isso que hoje para mim beber água é tão prazeroso. E hoje eu vou nos churrascos e só bebo água. Nem sinto falta da cerveja. Aliás eu nem penso em voltar a tomar, porque é uma coisa q não me faz falta nenhuma. E eu podia fazer um texto imenso aqui de todas as coisas q descobri q são simples, mas maravilhosas, como um banho de chuveiro, eu fiquei tanto tempo tomando banho na cama q quando senti aquela água caindo em mim, foi uma sensação tão boa que eu não conseguia deixar de falar nisso e todo mundo q entrava no quarto, eu falava:tomei banho de chuveiro! Com a cara mais feliz do mundo. E é por esses e outros motivos q eu falo q eu ganhei muito mais do q perdi com o acidente. Claro q gostaria de ter descoberto tudo isso sem ter q passar pelo AVC, mas já q isso eu não pude evitar vamos tentar tirar coisas boas, porque eu acredito q nada acontece por acaso em nossas vidas. E é por isso q falo tanto dessas coisas aqui, para q vocês descubram tudo o que eu descobri sem ter q passar pelo o que eu passei. Garanto q hoje minha vida está bem melhor,e que consigo resolver meus problemas de uma maneira bem melhor também.Mas a coisa mais importante que aprendi foi a não pensar no que eu não consigo fazer. Mas sim a pensar no que eu consigo fazer, porque é isso que vai me ajudar a vencer minhas limitações e a me tornar uma pessoa melhor.

quinta-feira, 1 de março de 2012

CURIOSIDADE

Outro dia estava contando à uma amiga que lá no Lucy Montoro, eu fazia exercícios em um “robô”que me ajudava amexer o braço esquerdo e que ele era importante porque quantificava e formava dados dos meus movimentos e que ele era o único da América Latina, mas não pense num robô do tipo Exterminador do Futuro, era algo mais parecido com um braço mecânico,, e recebi a seguinte pergunta de volta: mas não é mais importante você fazer os movimentos sozinha? E eu respondi: Sim, mas agora no começo como não consigo fazer muitos movimentos, então eu fazia a força e por mais que o braço não mexesse era eu quem estava fazendo a força, e o robô efetuava o movimento, assim meu cérebro fixava o movimento e da próxima vez ficava mais fácil. É como uma criança que está começando a engatinhar, no começo você ajuda, depois, ela faz sozinha; primeiro você mostra para o cérebro como é e depois ele aprende e faz sozinho. E tudo isso eu fui aprendendo com o tempo, mesmo: é muito diferente eu movimentar o braço direito, do esquerdo, não tem nem como explicar para mexer o braço esquerdo, eu preciso literalmente pensar, elaborar o movimento, já o direito é algo mais automático. E todo dia eu vou aprendendo um pouco, superando alguma coisa, e tentando recuperar mais alguma coisa que perdi com o AVC.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

SUPERAÇÃO

 É uma palavra que quer dizer tanta coisa, mas que só aprendi realmente o que é, depois do AVC, com o acidente, eu aprendi a superar meus limites, meus medos, meus valores, e tudo na minha vida, porque eu tive que reaprender a viver, primeiro, foi viver sem falar, sem comer, sem andar, sem ir no banheiro, sem mexer uma perna e um braço, e depois, aprender a fazer tudo isso de novo e a viver com tudo isso de novo, por exemplo, eu passei mais de 1 ano vendo o mundo sentada e agora eu tenho que reaprender a ver o mundo de pé, e confesso que no começo dá um pouco de medo, sei lá, medo de cair, algo assim, mas depois você vai pegando segurança e vai aprendendo a superar o medo.Mas acho que a principal superação que aprendi foi a superação dos problemas, aprendi que mal-humor e irritação não resolve os meus problemas e que se eu levasse tudo com mais leveza e com um sorriso no rosto, tudo ficava mais fácil. E é assim que sigo me recuperando e acredito que o sucesso da minha recuperação, se deve a isso, claro que ainda falta muita coisa mas sei que se continuar assim vou conseguir recuperar tudo o que perdi, e hoje vejo quantos problemas eu poderia ter resolvido dessa forma, quantas dores de cabeça teria evitado. Mas como diz minha vó: antes tarde do que nunca. E por esse e outros motivos que digo que eu aprendi muito mais do que perdi com o acidente.Sei que muitas pessoas podem pensar: mas ela ficou sem andar, sem mexer o braço... mas a sensação de conquista ao recuperar tudo o que eu perdi é tão grande, e é algo que eu nunca senti antes, que compensa qualquer esforço.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

LAR DOCE LAR

Voltar para casa é sempre muito bom. Demorei um pouco para voltar a escrever aqui, porque estava me adaptando a rotina de casa, da clínica, incluindo os exercícios do Lucy Montoro dentro dessa minha nova rotina, para eu não perder tudo oque eu conquistei no período em que fiquei lá, é como eles falam é um curso, e se você não continua em casa não adianta nada, e ainda tive que me adaptar a minha nova condição de andar somente de bengala, só ressaltando que eu ainda ando um pouco devagar, então para distâncias um pouco mais longas, como uma ida ao shopping ou ao supermercado eu ainda preciso da cadeira de rodas porque como eu ando devagar eu me canso muito nesses percursos mais longos, mas para ir na casa dos meus amigos, do meu noivo ou na farmácia,  no salão de beleza, na clínica...eu vou só de bengala e já estou totalmente adaptada,só para vocês terem uma idéia já fazem 2 semanas que estou em casa e eu não usei a cadeira de rodas em casa nenhuma vez, já inclui os novos exercícios na minha rotina e está sendo muito bom, demorei um pouco também porque estava e ainda estou visitando meus amigos, terça-feira mesmo, 13/02 fizemos um clube da Lulu e foi maravilhoso e coisas como essas não tem preço, por isso a minha demora em atualizar meu espaço, tem uma boa justificativa, mas prometo que vou atualizar com mais regularidade. E só para comentar tudo oque eu escrevi sobre o Lucy no post anterior aconteceu, eu ganhei bastante autonomia: hoje eu me visto sozinha, me calço sozinha e preciso de pouquíssima ajuda para as minhas atividades durante o dia, até cortar carne eu consigo fazer sozinha agora, sem contar que agora eu ando de verdade, antes eu era receosa, tinha um pouco de medo, e tudo isso graças ao Lucy Montoro!

sábado, 21 de janeiro de 2012

O QUE EU APRENDI NO LUCY MONTORO?

Estou entrando na última semana do meu programa de reabilitação dentro do Instituto Lucy Montoro. E já posso chegar a algumas conclusões.
Nessas 6 semanas de tratamento intensivo, levando em consideração que um dos principais objetivos do Lucy Montoro é fazer com que o paciente se torne totalmente independente para tudo, posso dizer que, estou saindo daqui com muito mais autonomia do que quando cheguei: eu aprendi a me vestir, a me calçar sozinha, estou melhorando meu andar cada vez mais, e tenho certeza que vou sair daqui andando!
Também aprendi que, reabilitação depende muito mais do paciente do que do profissional, que pode ser cansativo fazer terapia o dia todo, mas depois o resultado compensa todo o seu esforço, e que cada minuto de terapia vale a pena, pois o resultado é surpreendente por menor que seja.
Eu não tenho pressa para me recuperar, costumo dizer que eu só perdi os movimentos do dia para noite, mas que minha recuperação é lenta e gradual e que cada conquista minha, é uma vitória e vale cada esforço que eu faço.  E é por isso que eu falo que eu tirei mais coisa boa que ruim do acidente. E tudo de bom que eu aprendi no Lucy nessas 6 semanas, com certeza eu iria demorar mais de ano para aprender se não tivesse tido a oportunidade de vi pra cá, porque o Lucy te mostra um mundo de possibilidades: me ensinando a fazer tudo o que eu posso e o que eu quero fazer sozinha.Com certeza estar aqui  me melhorou em vários aspectos, e agora eu não quero parar de melhorar. Então, vou continuar a fazer tudo em casa, porque eles ensinam isso também, para eu melhorar cada vez mais. E logo mais tô de volta e com muitas mudanças.