Há 4 anos
atrás eu fui no show do Radiohead, em São Paulo, na época nem era uma banda que
eu acompanhava muito, eu conhecia apenas algumas músicas, mas qui ir ao show
porque a banda Los Hermanos seria uma das que faria a abertura do show, e essa
é uma banda que gosto muito muito e acompanho, apesar de ter se separado; então
pensei, porque não ir ao show, é uma oportunidade de conhecer melhor o
Radiohead e ainda curtir o Los Hermanos que eu adoro. Então, eu fui, e hoje eu adoro Radioheohead, e digo que comecei a gostar mais depois do show. E foi uma
experiência incrível, que eu vou levar para a minha vida toda, como referência
musical, visual, como experiência de vida mesmo. Vou colocar agora aqui, um
texto que achei na internet que define muito bem tudo o que senti naquele dia.
E se antes do AVC eu já aproveitava cada oportunidade que surgia na minha vida,
e não deixava nada para amanhã, agora mais do que nunca eu sigo essa premissa!
Hipnótico. Fascinante. Transe Coletivo. Difícil descrever o que
foi o show do Radiohead na Chácara do Jockey em São Paulo, neste histórico
domingo 22 de março de 2009. Uma coleção de momentos que irão ficar guardados
na memória durante toda uma vida para aqueles que compareceram e passaram por
uma seqüência de abusos e desrespeitos por parte da produção, que macularam a
imagem do evento como um todo.
O Festival começou no horário e devido a bagunça que foi chegar
e entrar no local, acabei por perder as primeiras quatro músicas tocadas pelos
Los Hermanos. A apresentação foi apenas boa, com o público entoando todas as
canções em quase uníssono. Talvez a escolha do repertório não tenha sido das
melhores, mas o aquecimento ao som de músicas como “O Vencedor”, “Casa
Pré-Fabricada” e “Sentimental”, foi extremamente válido.
Em seguida foi a vez do Kraftwerk subir ao palco. Apesar de ter
somente o Ralf Hütter da formação original, foi complicado ficar indiferente ao
show visual proposto e aliado a canções como “Radio-Activity” e “Autobahn”.
Mesmo não sendo grande fã do grupo, ver o show deles será contado por muito
tempo, afinal ali está uma das páginas da música moderna e sua evolução através
de outros artistas influenciados por eles.
A expectativa já dominava quando se pode ouvir o início de “15
Step”, a já esperada abertura começou o delírio absoluto que foram as próximas
horas. Na sua seqüência veio “There There”, arrebatadora com suas batidas e
ritmo. O show foi em frente com uma colagem de várias fases dos ingleses,
retratadas em canções como “All I Need”, que emocionou bastante, “Karma Police”
cantada a plenos pulmões e “Weird Fishes/Arpeggi”, que se mostrou melhor ainda
ao vivo.
A seqüência que encerrou a primeira parte do show foi
arrebatadora, com “Jigsaw Falling Into Place”, “Idioteque”, “Climbing Up The
Walls”, “Exit Music (For a Film)” e ”Bodysnatchers”. Nesse momento procura-se
em vão o fôlego perdido. Vem o primeiro bis, com Thom Yorke esbanjando lirismo
em “Videotape” para depois entrar em “Paranoid Android” que rendeu um dos
momentos mais emocionantes, com o público cantando depois da música em um dueto
fascinante com Yorke.
Em seguida “Fake Plastic Trees” arrasa com aqueles que ainda
conseguiam manter a sanidade. Mais “Lucky” e “Reckoner” encerram essa parte.
Hora do segundo bis e a banda abre com “House Of Cards” e fecha com “Everything
In Its Right Place”. Nessa hora a alma já não é a mesma, o coração bate cansado
e paradoxalmente feliz, enquanto os olhos buscam alguma explicação nos amigos
ao lado.
A banda volta para mais um bis (o terceiro!!) e Thom Yorke
brinca com o público antes de “Creep”. Imagens se confundem e buscam rostos na
mente em minutos surreais e fantásticos. O show acaba e a sensação que
transborda a Chácara do Jockey não consegue encontrar significado. As pessoas
se entreolham tentando entender o que acabou de atropelá-las e seguem em
procissão para a saída.
No final de tudo, o Radiohead fez o melhor show que se poderia
esperar deles, honrando com sobras toda a expectativa gerada. A banda realizou
um casamento perfeito com o público que entrou em transe durante seu show. Los
Hermanos e Kraftwerk, foram dois bônus de alta qualidade.



