sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mais um trabalho - Jornal Periscópio - Caderno Vida Máxima 06/07/2013

Mais um trabalho meu que marca esse retorno ao mercado de trabalho... Espero que gostem!!!
TEXTO :Meu nome é Érica Gregorio, tenho 31 anos, sou jornalista e aos 28 anos eu sofri um AVC hemorrágico , que é popularmente conhecido como derrame; e mais usualmente acontece em idosos, mas nos últimos anos a incidência em jovens tem sido cada vez maior. No meu caso, a causa foi uma má-formação venosa, ou seja, uma veia mal-formada que eu tinha na cabeça que naquele momento não aguentou a pressão intracraniana do meu cérebro, e estourou, mas existem várias outras causas, como não alta,diabetes, entre outras.  E esse acidente neurológico trouxe algumas consequências para a minha vida, primeiro que eu fiquei dois meses internada em um hospital me recuperando para poder viver bem e confortável em casa, pois o acidente paralisou o lado esquerdo do meu corpo e mais, como eu cheguei no hospital sem respirar, eu tive que ser entubada imediatamentee posteriormente, eu fiz uso de uma traqueotomia, um aparelho colocado diretamente na traquéia que facilita a respiração,então durante todo esse periodo de internação foi para eu aprender a respirar novamente, a beber água, a comer; pois com a traqueotomia eu não conseguia fazer essas coisas, e comia e bebia por meio de uma sonda nasal que ia direto até o meu estômago. E quando a traqueotomia e a sonda foram retiradas os músculos responsáveis pela deglutição estavam fracos, e eu tive que reaprender a beber e a comer aos poucos, para dizer a verdade até a falar. E juntamente eu precisava reaprender a sentar e a segurar a cabeça no pescoço para assim sair do hospital em uma cadeira de rodas e ter uma vida relativamente normal, com limitações, mas redescobrindo o sentido da vida, o prazer das coisas que não sentia antes,como beber um simples copo de água; tomar um banho de chuveiro, coisas que antes para mim já não tinham mais sentido, mas quando você deixa de fazer todas essas coisas e depois volta; até andar, tudo ganha um sentido diferente e um valor muito maior e você passa a olhar a vida com outros olhos. E por isso que sempre digo que eu ganhei muito mais do que perdi com o AVC. Hoje, 3 anos depois, eu ando com o auxílio de uma bengala, me visto sozinha, tomo banho sozinha e já recuperei boa parte da minha autonomia  e independência, e agora estou dando um grande passo na minha recuperação: que é o retorno ao trabalho. Mas com toda certeza depois de ter  passado tudo o que passei edescoberto, tudo o que descobri que digo que minha vida é maxima!


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