segunda-feira, 15 de junho de 2015

Consciência - Bom senso

Depois que eu tive o AVC eu descobri que pela lei eu sou considerada uma deficiente física, não por portar alguma deficiência, mas por causa de algumas limitações que agora tenho, fisicamente, por conta do AVC que sofri. Pela lei do Governo do Estado de São Paulo, a pessoa portadora de deficiência é aquela que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade, como alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob forma de tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiparesia(meu caso), ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas, ou as que não produzam dificuldades para o desempenho das funções.
Sendo assim, desde então eu possuo um cartão de deficiente, sem validade, que me dá o direito de estacionar nas vagas disponíveis exclusivamente para os deficientes físicos em estacionamentos dos mais diversos estabelecimentos e não ser multada. Mas a realidade é muito diferente da teoria, o que acontece na maioria das vezes e não estou exagerando, é que essas vagas estão ocupadas por pessoas que não possuem nenhum tipo de deficiência ou limitação. Só para dar alguns exemplos, na clínica onde faço fisioterapia, eu já perdi a conta da quantidade de vezes que minha mãe teve que estacionar na rua e eu tive que atravessar a rua, esperando a boa vontade de um possível motorista, caso algum carro eventualmente possa vir nesse meio tempo, para que ele tenha paciência e aguarde eu terminar de atravessar a rua. Tudo isso porque só há duas vagas destinadas aos deficientes físicos e uma é somente para embarque e desembarque, e as duas  estavam ocupadas, mas as pessoas, estacionam seu carro nas duas vagas e nem se preocupam se outra pessoa pode chegar e precisar usar. Uma vez eu estava em um shopping em São Paulo e tinha somente uma vaga para deficiente disponível, eis que de repente surge um carro na nossa frente e estaciona na vaga, a gente aguardou um pouco para ver quem ia sair do carro, quando sai uma mulher sem deficiência ou limitação alguma, meu irmão pergunta para ela: "você tem cartão de deficiente?"É claro que ela respondeu não, então ele falou:" então você por favor pode sair dessa vaga porque minha irmã é deficiente, nós temos cartão e não há outra vaga disponível", menos mal que a mulher saiu. Já aconteceu também de eu ir no banco, a vaga estar ocupada, minha mãe me deixou na porta e depois foi me buscar e estacionou o carro em um lugar longe. Enfim esses são só alguns exemplos do que aconteceu comigo, mas eu tenho amigos que são cadeirantes e com eles também já aconteceram inúmeras situações parecidas com essas e sempre penso, comigo é bem menos pior porque eu ando, devagar e com bengala, mas ando, mas com eles que estão condicionados a uma cadeira de rodas é bem pior, porque a locomoção é bem mais difícil. E ainda penso, antes do AVC eu nunca estacionei em uma vaga para deficientes físicos, nem por cinco minutos que seja. Será que essas pessoas não têm consciência ou bom senso, para parar e pensar, " será que alguém que realmente precise dessa vaga não vai chegar nesse tempo?" Sempre me questiono isso e sempre acabo ficando sem resposta.
Enquanto isso vão surgindo "brincadeiras" desse tipo:

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